Arquitetura de software do S/4HANA: simples, ágil e segura

Tal o qual os projetos de construção civil, o desenvolvimento de um software possui duas frentes que o tornam o único: sua estrutura e sua arquitetura.

A arquitetura de software toma decisões sobre parâmetros essenciais que definem a qualidade interna do software a longo prazo. Isso acontece no início do ciclo de desenvolvimento do software (após a análise de requisitos), pois o desenvolvimento posterior dependeria disso.

Que o SAP S/4HANA inovou o que se entende por arquitetura de software ERP, todo o mercado reconhece. Segurança, performance e padronização, integração com segurança. Está tudo lá — especialmente em ambientes híbridos e multi-cloud.

Mas você sabe o que mudou nesse processo e quais as principais características da arquitetura do S/4? Leia até o fim!

O que havia antes no ECC?

A “Arquitetura Simplificada” do S/4HANA é uma reengenharia profunda da estrutura de dados do antigo SAP ECC. Ela está diretamente ligada à adoção do banco de dados in-memory HANA, e juntos eles viabilizam uma operação baseada em dados em tempo real, com processos mais rápidos, modelos analíticos integrados e redução radical da redundância desses dados.

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No SAP ECC (baseado geralmente em bancos relacionais tradicionais), os dados operacionais e analíticos eram mantidos separados. Para garantir performance em consultas complexas, o sistema mantinha:

  • Tabelas redundantes (ex: índices agregados, históricos, views intermediárias).
  • “Silos” de bases de dados intermediárias, dificultando integração e atualização, que demorava alguns minutos, e hoje é quase imediata.
  • Muitos processos de ETL, replicando dados para sistemas analíticos externos.
  • Processos de batch para consolidação e reconciliação de dados (custosos e lentos).

Essa estrutura era funcional, mas complexa, pesada e com tempo de resposta lento — incompatível com demandas de negócios em tempo real.

O que muda com a arquitetura de software do S/4HANA?

Ao migrar para o HANA, o SAP reestruturou completamente o modelo de dados:

Eliminação de tabelas agregadas e redundantes

Com a capacidade de processar dados em memória e com altíssima velocidade, não é mais necessário manter tabelas como BSIS, BSAS, COEP_SUM, etc. O próprio sistema agora consegue calcular saldos, históricos ou totais no momento da consulta, diretamente sobre os dados transacionais.

  • Exemplo: Antes, o sistema armazenava o total de vendas por cliente numa tabela de agregação. Agora, ele calcula esse total em tempo real ao consultar os registros brutos.

Arquitetura de software com modelo de dados linear e simplificado

O modelo de dados do S/4HANA é mais “flat” (sem necessidade de join em dezenas de tabelas). Isso reduz drasticamente a complexidade de desenvolvimento, manutenção e auditoria de dados.

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Mesma base para dados transacionais e analíticos

Com o processamento em memória, o mesmo dado usado para registrar uma venda também serve para gerar relatórios analíticos — sem necessidade de extração, transformação e carga (ETL).

Resultado: os relatórios são real time e diretamente baseados na operação, com zero latência.

No cenário tradicional, com o fechamento contábil feito em batch, não raro, o processo levava dias para ser concluído. Com o SAP S/4HANA, é possível fazer a reconciliação em tempo real, permitindo que o time financeiro tenha acesso aos relatórios financeiros sem a espera de processamento.

Exemplo : Um distribuidor atacadista (Wholesales) pode realizar o fechamento contábil de vendas e compras em tempo real, atualizando seus relatórios financeiros diariamente. Isso permite a análise precisa de margens, custos e recebíveis, otimizando negociações com fornecedores e revisões de crédito.

Relação direta do banco in-memory com dados em tempo real

A arquitetura de software simplificada do S/4 que transformou o mercado só foi possível graças ao banco in-memory HANA. Tradicionalmente, ERP’s eram desenvolvidos com base nas limitações técnicas dos bancos de dados relacionais, com armazenamento em disco.

O HANA quebrou essas limitações, reduzindo o nível de complexidade da operação Ele é capaz de:

  • Armazenar grandes volumes de dados na RAM, com estrutura colunar.
  • Fazer compressão avançada para economizar espaço.
  • Executar cálculos analíticos diretamente no banco de dados, sem mover dados para outra camada.

Essa capacidade eliminou a necessidade de pré-processamento, índices pesados ou cópias redundantes e tabelas em excesso. O sistema se torna mais leve, rápido e responsivo.

Benefícios práticos

  • Consultas que levavam minutos, agora levam milissegundos.
  • Fechamentos financeiros são feitos em tempo real, sem etapas intermediárias.
  • Menor custo de manutenção: menos tabelas, menos código, menos reconciliações.
  • Base única da verdade: decisão e operação partem do mesmo dado.

S/4HANA como arquitetura de software:

  1. Estrutura do sistema (componentes, camadas):
  • Arquitetura em camadas: banco de dados (SAP HANA), camada de aplicação (ABAP), camada de apresentação (SAP GUI/Fiori).
  • Modularidade funcional: FI, CO, MM, SD, PP, etc.
  • Disponível em modelos monolíticos otimizados (on-premise) ou componentizados (cloud, com microserviços em expansão via SAP BTP).
  1. Padrões arquiteturais:
  • MVC (Model-View-Controller) usado nas aplicações Fiori (frontend).
  • Event-driven architecture nas extensões via SAP BTP e integrações assíncronas.
  • Crescente uso de microserviços para serviços periféricos (ex: analytics, integração com IA).
  1. Tecnologias embutidas:
  • Banco de dados: exclusivamente SAP HANA (in-memory, colunar).
  • Frameworks: ABAP Core Data Services (CDS), OData para APIs.
  • Cloud: integração nativa com AWS, Azure, GCP via SAP BTP.
  • Segurança: criptografia, autenticação, roles SAP GRC.

Para além da eficiência, a arquitetura de software do SAP S/4HANA foi desenvolvida também com princípios rigorosos de segurança de dados, mesmo em ambientes cloud hospedados à distância. Segurança essa garantida por uma combinação de tecnologia, processos, certificações e modelos de arquitetura distribuída.

Os hyperscalers seguem normas globais como ISO 27001, SOC 2, GDPR, e a LGPD no Brasil, com data centers em múltiplas regiões.

Isso permite que as empresas escolham onde seus dados residem fisicamente e asseguram que as políticas de soberania de dados sejam cumpridas, e mantidas com controle rigoroso, que inclui controle de acesso aos datacenters, autenticação multifator, isolamento de redes, firewalls avançados, e monitoramento contínuo.

Arquitetura ou engenharia, a Megawork faz todo o projeto

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